terça-feira, 21 de dezembro de 2010

seres

não sei mais o que me sou
o que me soa
o que me sua
o que me salta
o que me some
o que me consome
quem me contem.
Nem o que me controla
ou o que me convém.
Não sei se é de nascido
que se continua...
que se perpetua...
Não sei nem se não saber ainda me é concedido,
assim do que fui concebido.
E em matéria de desapatecido
sou o que corre na frente e brada aos 4 ventos
que vento é gente de sorte:
pois de tanto não sabe que se morre, se vive tão bem!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"vá pra perto do mar, leve mimos p sereia"

Gosto mesmo é de me conhecer vivendo com as coisas novas.
ou "enovidadas".
Gosto do gosto de mudar minha vista... de ver com outros olhos.
aceito. acho até bonito.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

alguns-algumas........ algos

É coisa de se ficar mastigando suavemente antes do último suspiro consciente. Antes de fechar os olhos
De se ficar vivendo dela durante alguns dias.
De se ficar lembrando e sorrindo nas horas mais impróprias e inapropriadas.
Apropria-se da gente e do nosso improvável.
Prova que o gosto bom pode ser de bom tom novamente.
Diz uma canção boa, leve, incerta.
Não é cíclico, é parabólico.
É “pernambucolismo”,
É “magamalabarismo”
Abismado.
É sutil,
Obstinado e
Quente.
É oi...
É ai...
É e não é
É não e sim
É
Não é
É "quem sabe?"
Não é e esta
Estou
Estamos

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

passados

É que hoje senti q o vento tava a fim de sair pra dançar.
E, “por não saber que era impossível, foi lá e fez”
Sim, ele dançou...
Dançou em mim, em vc, em nós...
Eu retribui sua dança, dançando-lhe com os olhos, com as mãos, com os cabelos, com a cabeça (mais confusa que os cabelos, em dia de.)
Dançou minhas músicas tão internas e também as do aparelho que me leva, e me eleva, a elas
Dançou e foi tirando a tudo e a todos pra dançar: mangueiras, barcos no mar, loureiros, abacateiros, árvores batizadas ou não ... tirou as roupas do varal (mas eu sabia que valia a pena, a contradança, então deixei)

E foi tudo ficando um pouco mais fresco, atrasado (não, adiado), ventilado, vem-ti-bai-la-do, leve, leve...


Sair, então, que era a hora de dançar eu.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

reconhecendo moradas

então ele se fez bonito, pra mim.
e um pouco maior...
ou eu me fiz um pouco maior
ou me reconheci um pouco mais. um pouco maior; quando o vi (só de sentí-lo, identificá-lo, identificar-me (ou me perder) nos espaços escondidos entre o que se diz e o ficou por dizer em cada uma das notas da melodia)
eu,
me compondo harmonia
me sentindo sinfonia
me desmedindo em..................
em ías
em ais

ouvindo ele dizer de moradas
ele dizendo simples e eu entendendo grande
entendendo, em cada dito, o silêncio que o corresponde e o explica; o torna mais lindo e menos impossível
ele,
dizendo de casa
[da casa de dentro]
que de tão de dentro, vai virando de fora num movimento duplo e bailado
bailado de cheiro bom de se sentir

"a nossa casa não é sua nem minha
não tem campanhia para nos visitar
a nossa casa tem varando dentro
tem um pé de vento para respirar.
a nossa casa é onde a gente está
a nossa casa é em todo lugar"



respiremos*
bailemos, meu bem*

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

das levezas e justificativas

É que o vento me acha me chega e me socorre...
...com a tranquilidade de um endereço conhecido*

terça-feira, 3 de agosto de 2010

então... foi assim.

a uma.
confrontada com todas dela. assim de ver, de viver, de conviver... sobreviver
agora são quatro (visivelmente) vendo e desvendo, desvendando; e tudo isso de olhos fechados.
sentindo
estranhando
se contendo. se tendo. se não indo.

.

.

.
ah, era só um sonho!
[mas o que não é?]
...
Vai saber!

domingo, 1 de agosto de 2010

é, meio sem ser. ou.

A prolixidade, antes de deslize ou defeito, é uma arte.
A arte de se dar toda entre ditos, reiterações, inversões, confusões pra não entregar nada de si nem de coisa alguma
A arte de fazer as palavras e os sentidos se esgotarem de não dizer. De discursar para o discurso!
de gritar aos surdos.
E, acima de tudo, de se conformar...
Se aceitar como quem nunca diz e muito menos autodiz
É a consciência do sempre algo de menos; algo desgastado,
enganado.
É um movimento de fruição da palavra pela palavra
[de desfrustração]
...e esvaziamento...
um antimovimento.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

só se ser, só.

"E, o que era que eu queria?
Ah, acho que não queria mesmo nada,
de tanto que eu queria só tudo.
Uma coisa, a coisa, esta coisa: eu somente queria era - ficar sendo!"

de Guimarães e das levezas de se deixar levar, escorrendo, fluindo, no decorrer dos dias e dos olhos. no "desdever" de querer.
e pra além de ficar sendo, ficar estando, permanecer mudando.
muito prazer, eu sou estares.

sábado, 1 de maio de 2010

das namoradas*

"tenho duas namoradas:
a música e a poesia,
que ocupam minhas  noites,
que acabam com meus dias.

nenhum instante se deixam
grudadas pelas costelas
nenhum segundo me largam,
também eu não largo delas"


[e dos amores graaaandes, infindos]

quinta-feira, 1 de abril de 2010

de barbaridades doces

"tudo ainda é tal e qual
e, no entanto, nada igual"

bem bem, não sei se isso é bom ou ruim. ou - pra não me ser assim, maniqueísta - não sei quando é bom e quando é ruim.................................... mas sei, sentindo, que é tão bom de ver e ouvir, tão saudosista lembrar e querer o "tudo igual" de outrora.
E graças aos deuses todos em comunhão poder desfrutar, me deliciar com os cantos (de todos os lados).
Vou sendo então embala (abalada) pelos que dizem que não deve morrer nunca; pelos que se perguntam se é loucura ou lucidez querer que tudo vire a tal da música; pelos que dizem que a vida é boa pra quem cantar e outros que dizem até ser uma missão... uma linda missão. uma missão que faz viver um pouco mais... mais bonito e leve. mais vivível.

***em ondas invisíveis, indizíveis, quase imperceptíveis (aos mais distraídos)***



e segue o som
cada vez mais
cada vez: ais.







"e, se Deus negar, eu vou me indignar e chega"

segunda-feira, 29 de março de 2010

.desmovermovimentado.

a expectativa da próxima faixa
a imagem anterior len-ta-men-te apagando
a nova surgindo
o progresso (em processo)
o piano se aligeirando... : o refrão
o caminho percorrido sumindo atrás, na estrada

o levantar de cabeça. o rumo. rumores.

sexta-feira, 26 de março de 2010

em. in.

em comum, incomum
em comum acordo
incomum acordo. levanto.
e acho que contradição é coisa mesmo de dar em gente
na gente comum que há em nós e nos vive;
em comunhão com o insólito do mundo (de dentro e de fora)
peço aos deuses que se aquietem dentro de mim, que são coisas incomuns que me acometem.
E que entre o eu que sei e o eu que nem imagino há em comum, e sem acordos possíveis, a falta de sentido e o desconhecido, que é infindo.
mas é indo, vindo... vivendo...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

é porque tem corpo e tem alma
é porque a alma tem vida maior
e o corpo não entende o prolongar-se
é porque os porquês são tão imensos... tão imersos
no sem-que-nem-porque
é porque pode ser um souvenir fora de época
é porque a época é pra sempre atemporal
é porque o abraço dura menos que o desejado
é porque respira, transpira
e, por isso, inspira
é porque transcende
é porque dói
é porque grita, quando menos fala
é porque avança, é porque para
é porque é gente
é porque sente
porque mente
é porque é assim, sem mais, que é lindo!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

E pra não ser lesada em meus direitos autorais, me faço assim, eloquente.
gritando a lucidez alheia, me proclamando à parte de tudo o que não é
amando dizer do amor
e me alimentando do mais fino da bossa e da fossa,
da farsa, que é nossa.
Sorrindo grande quando o riso é de choro
e cantando alto quando a música é pouca...
e a dança é louca.