segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

das flores-cantadas

... por mim, por ZD, pelos nós...




Flores para quando tu chegares
Flores para quando tu chorares
Uma dinâmica botânica de cores
Para tu dispores pela casa

Pelos cômodos, na cômoda do quarto
Uma banheira repleta de flores
Pela estrada, pela rua, na calçada
Flores num jardim
Pétalas ao vento, para tu contares
Para além dos nomes
Que possam dizê-las
Flores pra compores
Metáforas antes de comê-las

Pelos cômodos, na cômoda do quarto
Uma banheira repleta de flores
Pela estrada, pela rua, na calçada
Flores para mim
Flores pros meus braços
Ofertá-las para parabenizar-te
Flores, quantas flores forem necessárias
Pra perguntares pra que tantas flores...

sábado, 10 de outubro de 2009

o espelho

espelha-se no espaço a esmo
espalma-se, espreita, espera...
expira, aspira
transpira
(pira, pesa - quebra)
torna-se múltiplo
multicor
multicorte.
[É agora em carne viva]
Vive de muitas vidas
e
desencarna.

coisa q dizem, os nós

"Estruturalismo - o lugar onde cada elemento ocupa um espaço"


DESestruturalismo - é quando a gente é a gente e pensa... pensa demais

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

e...

nesses minutos q se passam após um novedonovedezeronove as vontades de musicar-me são infinitas...
assim como os números q se seguem... um e mais outro

[é que eu prefiro pensar que eterno é tudo o que me perpassa... e não o que ficará pra sempre...
... .....
.....

..

.

sábado, 29 de agosto de 2009

Ângela.

"Ontem o mundo me expulsou da vida. Hoje a vida nasceu. Ventania, muita ventania. Que instabilidade. Me muero. Vivo no futuro da ventania. Por que é que tudo se diz: Fica para semana que vem? Eu estou aqui, aqui à véspera. Vivo agora e o resto que vá para a puta que o pariu..."

(Clarice - Autor - Ângela Pralini - Eu - [um sopro de vida - pulsações])

...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

se.só.

... se faço descrições demais

falando de detalhes , cantos e gestos tão minuciosos é pra captar em mim sensações;
e tentar entender o porquê do meu corpo responder atonitamente a estes issos.
[impressionismo como expressão de arte
ou expressionismo imprimindo-me no meio (e pela metade)]

E de tanto me querer integrada vou virando patrimônio dessa praça, no banco, imóvel de tanto contemplar e captar.
E então, de mim (numa placa de metal) ao lado, se aplicarão tais dizeres:

Desde Julho de 2009, transformada em gente
- assim como as demais em volta, esquecidas!







...daqui a pouco o dia vai querer raiar...

terça-feira, 7 de julho de 2009

de se dar conta

05:58 de uma manhã que chegou sem a noite ter saído de mim...
e me dou conta de que sou portadora de uma mania recentemente descoberta [há exatos 5 minutos] mas que já quase não posso suportar, nem viver sem: tudo o que eu quero dizer é seguido de, pelo menos, duas características. Sabe, do tipo: uma característica inquietante, despropositada mas que me faz ficar equilibrada (ou confortada, segura). Como isso que fiz agora. Minha insegurança, ou não sei o que (transtorno obssessivo compulsivo, talvez), faz com que eu fale ou escreva ou pense me dando alternativas que ratifiquem ou contradigam imediatamente depois. E tornam meu discurso anterior desnecessário.
Meu Deus!

E como determinar a "fronteira" que nos distancia, separa, difere (mais delas) dos loucos?
Pois quem somos nós senão loucos conscientes da loucura?... os da pior espécie!
Por isso a gente estuda e tenta e analisa e "responde" aonde é capaz de chegar uma pessoa com suas faculdades mentais prejudicadas...
e há desespero ao se perceber que são infinitas as possibilidades dessas pessoas, de nós.
É que a gente é grande demais pra se delimitar! Então, quando ganhamos essa consciência, o desespero cresce, aumentando a loucura. Que vem em ondas de utopias e necessidades de desvendamentos.

Quanto mais o mistério é desvelado, mas ele se mostra infinito... pois aí está algo pra ser questionado, pensado, aceito e esquecido. E não fazer isso (teimar e querer solucioná-lo) é suicídio, literalmente falando...

é decifra-me E eu te devoro!


"deve haver alguma espécie de sentido, ou o que virá depois?"
depois virá o vento, o vazio, ou o tudo mais que tiver que vir.


bem bem bem... boa noite a todos [que o dia já vem chegando, e com ele um vento friiiio... que encontra uma brechinha e entra embaixo do cobertor]


... prolongações de sono e vontade de ficar mais um pouco...

sábado, 4 de julho de 2009

[aqu-ela]

e aquela música - que parecia tocar só pra mim - fazia remexer tudo por dentro; Ia ativando cada artéria e cada veia desde o cerne.
Mas era tão boa ou ruim aquela sensação que do lado de fora da janela tudo era pura reação.
O já comum caos sem muitas novidades e sem revoluções se reconfigurando e desconfigurando a paisagem desenhada estaticamente: as árvores que não se modificavam e permaneciam com seus frutos eternos (sem perdê-los nem ganhar novos); os pássaros parados no ar; os barcos que deixavam, aos poucos, minha vida pra trás... tudo assim: estático.
Esse cenário todo pronto respondia com agonia àquela voz abafada no rádio dizendo do que é incomum, do que é estranho. Com uns instrumentos incompreensíveis, mas que pediam a todo momento atenção. E eu dava; não conseguindo parar de ouvir e procurar um sentido pra esse balé louco dentro de mim

cintilações e expansões, talvez!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

meio Rita, meio Baleiro... meio balaio.

"estou aqui em Arari e Nova York
estou aqui vou do chuí ao oiapoque
tenho na mão um coração maior que o mundo
e o mundo é meu
o mundo é teu
de todo mundo

na ante-sala do dentista ouço o meu muzak
me entorpeço esqueço meu coração
frágil badulaque

estou aqui em Arari e Nova York
estou aqui no Cariri e em Bankok
tenho na mão um coração maior que tudo
se tudo é meu
mas quem sou eu além de tudo?

tudo que se vê pra que crer
tudo que se crê pra que ter
tudo que se tem pra quem?
"

terça-feira, 9 de junho de 2009

A PALAVRA

"Já não quero dicionários
consultados em vão
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar

Que resumiria o mundo
e o substituiria.

Mais sol do que o sol,
dentro da qual vivêssemos
todos em comunhão, mudos,
saboreando-a"



a palavra de Carlos Drummond de Andrade.

essa que se sente... e que não se sabe.
assim como os sentimentos que passeiam aqui, em mim(S).

domingo, 31 de maio de 2009

... o que eu sou ...

entre todos os mais
eu sou um presente.

Um presente sem remetente
desembrulhado
pesado
de grego, sem devolução
e difícil de carregar

não um livro
(pois não esclareço nada)

sou um presente
com ontem "desdefinido"
adiado
trangredido
en passant
infame, não muito atrevido

atreva-se
entrave-me

um presente que não se recebe
que não é feito de memória
e não vem só em datas comemorativas
um presente ausente
sem jeito

não me antecipe
não me recorde
não espere um futuro...
me viva
me ouça
me dance
hoje
enquanto é agora.

terça-feira, 26 de maio de 2009

de descaminhar

[é que eu penso muitas coisas]...

inclusive
que ser poeta é ser um tanto mais atento
e desapercebido...
pois bem, digo que serei um pouco mais e um pouco menos
a partir de então
Pra que no fim de tudo,
no desfecho do mundo,
eu comece a caminhar um caminho torto

(mais vivo do que morto)

domingo, 17 de maio de 2009

...
e assim passado 1 ano, e mais a metade de outro, vou começando a sentir um pouco mais leve a tristeza de lembrar e de pensar em quanta falta faz aquele que de repente virou lembrança (boa), de vez em quando lágrima e homenageado de todas as danças - que apesar de "reggeiro" é celebrado em todos os ritmos. Porque o que sabia fazer de verdade era levar e espalhar a música quando falava, quando ria, quando teimava absurdamente, quando tocava seus acordes e assobiava...
O ano de 2007 terminou acabando comigo, com minha mãe e com muitos todos.

E lembrando de Bob... :
"cause every little thing is gonna be alright"

E quanto às passações, deixemos que elas passem bem. Que passaremos por elas um dia (de dia ou de noite. ou em uma hora q seja de nada) também.

.
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Salve salve Jorge! Meu pai, meu guerreiro dançante lindo (que mora entre a lua e as estrelas; e sorri de lá, de seu alto. toda vez que a música prossegue)


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quarta-feira, 13 de maio de 2009

e por

dizer de instantes...

Faço uma lista de coisas imprescindíveis
(a fazer e a pensar) :

- comer direito;
- arrumar todas as bagunças do quarto e da cabeça;
- ser mais pontual;
- falar mais;
- ir ao médico...

mas no meio (e pelo meio) me utilizo de reticências...
[vagueio pelo momento]
esse exato agora de quem escreve e de quem lê.

ele é tão sereno e bom. Tudo "desamanhecendo".
é quando o sol empresta sem reservas seu laranja mais bonito
e vão ficando um pouco mais esquecidos os deveres
e toda dança se passa ao meu lado e no meu ritmo
- o tom é suave -
e todo esse instante silencioso vai tornando a lista um pouco menos importante

[a lua é crescente]
...
até que não há mais para o que e o que programar.
os pássaros então sorriem
e eu também, em acompanhamento.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

assim assim meio Mosé.




é que ando praticando instantes ...........................
.

domingo, 10 de maio de 2009

verão no lugar. no nenhum.



" (...)
Logo mais, espalhado pelos quatro cantos do mundo, desmemoriado, esquecido de mim mesmo, sou o vento e, no vento, essas colunas e esse arco, essas lajes que evocam calor e essas montanhas pálidas ao redor da cidade deserta. E nunca senti, tão profundamente, meu desapego de mim mesmo e minha presença no mundo.
Sim, estou presente. E o que me impressiona neste momento é que não posso ir mais adiante. Como um homem em prisão perpétua - e tudo é presente nele.
(...)
Se há paisagens que são estados de alma, são as mais vulgares. E eu seguia por toda essa região alguma coisa que não me pertencia, e sim a ela, como um gosto de morte comum a ambos.
Entre as colunas, agora de sombras oblíquas, as inquietudes fundam-se no ar como pássaros feridos"
...

(Bodas em Tipasa - Albert Camus)





[e dizendo de perfumes mais secretos, talvez]






sábado, 9 de maio de 2009

"vou levando assim..."

"e se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz
quem então agora eu seria?
...ahh tanto faz
e o que não foi não é
eu sei que ainda vou voltar
mas eu quem será?"... [Los]

... . .. ... ... .

Muitos braços
(de tamanhos diferentes)
música que deixa rastros na cabeça.
escalar a mais alta montanha
- mas sempre com uma corda de segurança,
que é pra ter somente a sensação de perigo -
se sentir triste em algumas partes do corpo
pra depois se achar a mais feliz.
reconstituir uma cena inteira na cabeça
(a que mais gostou em todas as vidas)
sorrir...

sentir-se leve e
sair
encarar
escancarar
fugir e voltar, sempre!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O poema respira dentro de mim... todo ele assim:
completo, denso e exagera
E eu transpiro à sua pulsão.
Tudo em volta é calmaria. Vida rotineira
Pessoas se movimentam calculadamente
e acham perigoso viver ao sabor do vento
sem ter que se preocupar com bases precisas de apoio.
Mal sabem elas que cá dentro acontece a maior revolução
de todos os tempos.
Eu me ajeito na cadeira
tentando tapear o inevitável
- as mãos trêmulas, um gosto apressado na língua -
tento estabelecer contato com alguém
[mas a pressa me sufoca]
então, aceitando o meu caminho,
me vêm de revoada pensamentos vários...
Me escondo, tapo os ouvidos, a alma, concentro e enfim
pego a caneta. Me deixando fluir.

O que eu consigo é uma frase sem sentido e mal resolvida:
"estive aqui todo esse tempo
para só agora ser"

Indago ao mundo sobre mim, sobre o desejo
e voltando pra frase...

começo a escrever