sexta-feira, 8 de maio de 2009

O poema respira dentro de mim... todo ele assim:
completo, denso e exagera
E eu transpiro à sua pulsão.
Tudo em volta é calmaria. Vida rotineira
Pessoas se movimentam calculadamente
e acham perigoso viver ao sabor do vento
sem ter que se preocupar com bases precisas de apoio.
Mal sabem elas que cá dentro acontece a maior revolução
de todos os tempos.
Eu me ajeito na cadeira
tentando tapear o inevitável
- as mãos trêmulas, um gosto apressado na língua -
tento estabelecer contato com alguém
[mas a pressa me sufoca]
então, aceitando o meu caminho,
me vêm de revoada pensamentos vários...
Me escondo, tapo os ouvidos, a alma, concentro e enfim
pego a caneta. Me deixando fluir.

O que eu consigo é uma frase sem sentido e mal resolvida:
"estive aqui todo esse tempo
para só agora ser"

Indago ao mundo sobre mim, sobre o desejo
e voltando pra frase...

começo a escrever

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Flor! Que bonito lugar onde pensamentos, palavras e pontos se hospedam e deixam tudo mais charmoso! Assim... tudo juntinho e fluindo...

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  3. Escreva, sempre, sempre, sempre. É o exercício da caneta, do papel, até mesmo dos recursos eletrônicos, é o exercício constante de quem quer aprender a desenhar ou quem vai á academia tonificar os músculos. A escrita sai de dentro de vc, esse "estive aqui todo esse tempo para só agora ser" é tão Clariceano, tão vivo e se relaciona tão intimamente com a Humanidade que só pode ser eterno, durável e cada vez mais bonito. Tão bom ter escritores como vc, como eu, tentando sempre uma literatura, um algo que fique e que seja bom. Tão bom, tão bom!

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