domingo, 10 de maio de 2009

verão no lugar. no nenhum.



" (...)
Logo mais, espalhado pelos quatro cantos do mundo, desmemoriado, esquecido de mim mesmo, sou o vento e, no vento, essas colunas e esse arco, essas lajes que evocam calor e essas montanhas pálidas ao redor da cidade deserta. E nunca senti, tão profundamente, meu desapego de mim mesmo e minha presença no mundo.
Sim, estou presente. E o que me impressiona neste momento é que não posso ir mais adiante. Como um homem em prisão perpétua - e tudo é presente nele.
(...)
Se há paisagens que são estados de alma, são as mais vulgares. E eu seguia por toda essa região alguma coisa que não me pertencia, e sim a ela, como um gosto de morte comum a ambos.
Entre as colunas, agora de sombras oblíquas, as inquietudes fundam-se no ar como pássaros feridos"
...

(Bodas em Tipasa - Albert Camus)





[e dizendo de perfumes mais secretos, talvez]






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